Federico Mayol tem mais de setenta anos, é catalão e um homem bem sucedido nos negócios. A guerra civil obrigou-o a abandonar os estudos, fato que deixaria um marca profunda em Mayol para toda a vida. Um dia, Julia, sua até então submissa mulher, exige que Mayol abandone a casa e saia de sua vida. Mayol inicia a sua supreendente viagem que vai levá-lo ao Porto, Lisboa, Ilha da Madeira ..... e quem sabe a uma desaparecida Atlântida interior.... É uma viagem sem volta, para baixo, para o abismo.É o meu primeiro Vila-Matas, catalão como Mayol, sucesso de público e crítica. Não sei se foi influência das fotos e vídeos do Vila-Matas que vi na web, mas durante a leitura senti a presença de um gigantesco Vila-Matas, de braços cruzados, movendo seus personagens por situações insólitas, humanizando essas situações. Encomendei mais alguns Vila-Matas ....
Ecos:
Deixem passar
Esta linda brincadeira,
Que a gente vamos bailar
Pr'a gentinha da Madeira!
A Madeira é um jardim, a Madeira é um jardim,
No mundo não há igual, no mundo não há igual.
Seus encantos não têm fim, seus encantos não têm fim,
É vila de Portugal, é vila de Portugal.
Cantava a minha avó, batendo a roupa no tanque. Onde morávamos havia uma numerosa família de ilhéus (da Madeira), muito pobres. O marido era "louco", vagava pelas ruas falando sózinho um português muito difícil de entender. Minha avó recolhia doações para os patrícios. Vontade de conhecer a Ilha da Madeira.
Ligações: Assim como Mayol, questionado numa roda de intelectuais, eu não sabia nada sobre o Claudio Magris. Na busca pela web achei muitas coisas interessantes, entre elas esta entrevista. Comprei um livro dele. Essa facilidade de comprar livros pela internet ainda vai me arruinar. Magris fala de Italo Svevo. Na minha estante dois livros dele: o fantástico "A Consciência de Zeno" e o não lido "Senilidade". Ligações ..... viagens ... verticais ??